A ansiedade é uma companheira constante na vida moderna, afetando muitos de nós em diferentes graus e momentos. Um estudo recente sobre a epidemiologia de saúde mental em São Paulo mostrou que 5 a 10% da população sofrem com transtornos do espectro da ansiedade. O mundo contemporâneo não quer que você saia da ansiedade e ele próprio é ansiógeno. É um mundo instrinsecamente pautado pelo excesso, um sistema produtivo que quer produzir sempre mais.
A experiência clínica mostra que a psicanálise tem bons resultados no tratamento de quadros de ansiedade. Para pensar a ansiedade a partir da perspectiva psicanalítica é necessário fazer algumas distinções entre ansiedade e angústia. Podemos aqui fazer a seguinte divisão em escalas: o medo - que em geral está ligado a um objeto, a algo que podemos nomear, a ansiedade - quando o objeto começa a se esfumaçar e não sabemos objetivamente do que temos medo e é uma espécie de crise do desejo, de excesso de expectativa sobre algo "quero muito uma coisa e não sei se vai acontecer" ou "não quero que uma coisa aconteça a acredito que ela vai acontecer". Já a angústia seria um quadro que envolve uma outra forma de manifestação, que são formas de ansiedade que muitas vezes muitas vezes não são entendidas como tal, uma vez que geralmente são encobertas com ações.
Vivenciar processos ansiosos não é nada agradável, podemos suar frio, sentir o coração acelerar, ficar com a boca seca... Isso acontece quando vivenciamos situações que o nosso aparelho psíquico interpreta como perigosas. Na maioria das vezes esta interpretação se dá de forma equivocada, ou seja, são permeadas de uma interpretação errônea da realidade. Na medida em que descobrimos quais foram essas associações através do trabalho psicanalítico de auto conhecimento dentro da clínica, elas podem ser dissolvidas e os processos ansiosos podem ser reduzidos ou mesmo cessados.
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